domingo, 9 de janeiro de 2011

"Em boca fechada não entra mosquito"


Quem muito fala pouco ouve e por muito falar joga pérolas aos porcos. Perigo maior não é só ter a língua solta, é também falar o que não deve com quem não se deve, pois quem fala demais acaba esquecendo que a palavra é de prata e o silêncio é de ouro. Terrível mania essa de meter o pau nos outros.
Falar mal dos outros é fácil, difícil é falar bem, digo-lhes, pois quem avisa amigo é: “quem tem língua grande não sabe guardar segredo”. Os fofoqueiros são todos iguais, farinha do mesmo saco. E se em cada conto aumenta um ponto, o mal falador dificilmente mata a cobra e mostra o pau. É até capaz de se desculpar dizendo se sabes do que eu sei, cala-te que eu me calarei.
O fofoqueiro acha ruim quando leva o nome de invejoso, e esquece que quem fala demais dos outros em vez de comer filé, rói o osso. É mesmo como o povo diz: ele vê defeito em todo mundo, menos no próprio nariz. Mas quem fala o que quer, ouve o quer não quer e o mal falador num instante aprende que pimenta nos olhos dos outros é refresco.
Fala que só o homem da cobra e só se dá “conta” que falou além da “conta” depois que a vaca foi pro brejo. Mas como aqui se faz, aqui se paga não adianta chorar pelo leite derramado, pois a boa fama granjeia quem não diz mal da vida alheia.


(Stephany Metódio e Alexandre Revoredo)