sexta-feira, 18 de março de 2011

Mea Culpa?

Choveu, raiou, gritou o trovão, é o planeta reclamando seu direito de cidadão, as cidades clamam, embaixo das casas, água em cima das casas, água. Passam pontes, viadutos, aos montes, crianças e adultos, nossas águas de março que agora são de todo o ano. Rezemos pra Nossa Senhora, sem hora pra orar, pra que caia somente uma chuva bem fininha, e não das chuvas que carregam a tua cama e a minha, que levam almas e corpos e vidas inteiras desconstruídas, indo e vindo nesse infinito mar de tristeza. É o mundo reclamando, é o solo estremecendo, é o mar se levantando, adentrando a terra, levando, lavando, ceifando sonhos.