terça-feira, 26 de outubro de 2010

"A concepção de um texto" ou "Método prático/didático de ditado metodológico"





É uma coisa interessante, a tal da escrita. No princípio é somente uma folha em branco e uma caneta, para os mais tradicionais, ou um teclado e uma tela, para os mais modernos, ou até uma caneta e uma tela, para os mais ousados. Aí você olha para aquele espaço em branco e se pergunta: O que danado eu vou escrever hoje?! Sim, as possibilidades são infinitas, de assuntos, opiniões pessoais e impessoais, histórias tristes e engraçadas que você viveu, ou viu alguém viver...e você está com a faca e o queijo na mão, um universo inteiro ali na sua frente, pronto para ser criado por você mesmo.
E assim, como um tipo de Deus, você começa: faça-se o título, faça-se a introdução, faça-se o desenvolvimento, faça-se a conclusão (não necessariamente nessa mesma ordem). O autor tem essa liberdade, pode escrever da forma que quiser, pode querer ser compreendido ou não, pode ser sarcástico, irônico, divertido ou até mesmo lúdico. Pode ser tudo isso junto. O que importa mesmo é criar, preencher aquele espaço em branco.
Para escrever sobre algo é interessante ter um leque de informações sobre o tal assunto, do contrário corre-se o risco do texto se transformar apenas em palavras soltas, costuradas meramente por conjunções, preposições e advérbios, e não acrescentará em nada ao escritor, muito menos ao leitor (embora não exista tal obrigação).
Primeiro vem o insight, que alguns chamam de inspiração, depois vem o desenvolvimento, que aprendi a chamar de "transpiração". Depois é organizar as palavras, digamos assim, artisticamente. Isso requer uma certa sensibilidade (opa!), motivação e um conhecimento razoável da nossa gramática e vocabulário (ter um dicionário ao lado já ajuda). Pronto! Aí é sair escrevendo, apagando, corrigindo, rindo, chorando e até se surpreendendo com o próprio texto. Muitas informações serão obrigatoriamente pesquisadas afim de não causar equívocos, ou futuros mal-entendidos (a não ser que seja esta a intenção).
Comigo os textos normalmente ficam prontos depois da terceira vez que os leio e corrijo. Isso pode ser no mesmo dia, no mesmo mês, no mesmo ano...
O texto depois de pronto e mostrado a alguém, já não é mais seu. Depois que há uma identificação, uma empatia entre o leitor e o texto, a missão está cumprida. O texto é como um filho que você concebe, e como se sabe, filho a gente cria pra o mundo.
Há quem diga que nem o texto, nem o escritor se obrigam a agradar, informar ou mesmo ser compreendido. Particularmente gosto de me fazer ser compreendido, sinto que ali, entre escritor, texto e leitor, a compreensão é o fato consumado de toda a obra.
Então, seja com uma caneta (instrumento chamado outrora de "enxada da escrita", lá nos Cafundós) ou seja com um computador, o universo das letras e palavras está para todos os gostos e gestos. Mesmo quando não se tem nada para dizer. Aliás, escrevi esse texto hoje, por não saber realmente sobre o que escrever, assim empunhei a minha caneta e bradei: Mesmo que hoje sobre nada tenha a escrever, ainda assim sobre nada escreverei!!! E como antes havia falado: No princípio era somente uma folha em branco...




*dedicado as professoras: Fernanda Alves, Klébia Sampaio e Duvennie Pessoa.

Alexandre Revoredo 26/10/2010

3 comentários:

  1. Massa Jaqueta, muito massa mesmo!!!! Adorei!!!! E fico muito agradecida por ter dedicado a mim tbm!!!!! Massa demais!!!

    ResponderExcluir
  2. Ôôôô Alexandre, brigadão!! MesmOoOoO. Você conseguiu materilizar o que eu penso sobre o ato da escrita,as situações em que ele se manifesta. Vou usar seu texto com meus alunos, para que eles possam perceber [sentir] que além de escrever eles podem criar arte. E é isso que vc faz, seja com a voz ou com as letras impressas na folha branca... Um Xêro no coração!!!

    ResponderExcluir
  3. meu deus, uma folha de papel em branco, de celulose ou virtual... tanto faz...é isso mesmo, revoredo... palavras, letras prenhas... vixe, a gente tem que por pra fora de todo jeito senão a gente explode... valeu, revoredo!!!! abração pra ti!!!! finalmente te achei... beijos, di.

    ResponderExcluir