quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Macuca, um ponto de harmonia.


A Macuca não é só um "estado de espírito", é um "universo transcedental". A Macuca é mais que uma fazenda, ela cria lendas. De lá se contam muitas estórias, de mato, de fogo corredor e da "bica encantada das águas limpantes dos corpos errantes"; do Santo de Sant'ana, boiadeiro que vive protegendo a fazenda, sem horário de cessar a vigília. De pessoas que foram umas e voltaram outras. Do monstro do capitalismo que nunca conseguiu entrar nas dependências fazenda, muito menos o do “capetalismo”.
A Macuca é o céu, aliás aquele céu só tem lá, embora muitos levem esse céu dentro de si, cada vez que de lá saem. A lua da Macuca!!! Ah, a lua da Macuca é cheia, mesmo quando é nova, e crescente, mesmo quando minguante.
A Macuca é outra dimensão. Lá o chá das 5 é às 7, e se passam horas sem que se perceba, saboreando esse chá, rindo do vento e de outras coisas que os olhos não vêem. A Macuca, é festa, é alegria, riso e boa música todo o tempo. O tempo é sempre bom, se é chuva é bom, se é sol é bom, se é sol e chuva é ótimo, se é dia, é de bom dia! Se é noite, de boa noite! Se é de madrugada, não digo nada, vai lá ver!
Lá se construirá uma obra faraônica (ou seria Massilônica?!), uma ponte do nada para o infinito ! Lá se anda no mato, anda nu mato, e se anda nu no mato, toma-se banho na bica encantada, ritual purificante da alma, despertante dos sóbrios, revigorante aos que querem continuar na festa. Senão, é só entrar na barraca, fechar os olhos e ouvir a psicodélica mistura da orquestra sinfonica natural dos grilos e rãs, acompanhando os jazz, os blues e os rock n'rolls do outro lado do rio, o forró na casa do Zé ou o seja-lá-o-que-for-de-bom no palco do bar, que bem poderia se chamar “Palco Pezão”.
O seu anfitrião é o Zé da Rocha, Rocha no nome e nas convicções. Um verdadeiro cavaleiro medieval. Cavalheiro, ele abre suas portas aos que estão dispostos a comungar desse universo, e empunha sua espada aos que se opõem a harmonia do lugar.
A Macuca é família, é familiar, é lar e é lá que eu me desligo das coisas eletrônicas do mundo moderno. Lá os eletrodomésticos são só domésticos, a geladeira é que é a gás, o fogão a lenha, e a luz a querosene. Ainda tento entender o aparelho de som, ou ele é alimentado pela boa música que entoa durante o dia inteiro, ou por algum tipo de força cósmica, não duvido nada!
A Macuca é paz, ou mais, é terapia natural, é natural. A Macuca é magia, é ficção, é real, num pequeno espaço, o espaço sideral, a Macuca é cultura, a Macuca é o ponto e ponto final.

Alexandre Revoredo 21/10/2010

Boi, boi, boi, boi...

3 comentários:

  1. PQP, sem comentários!!! Até eu fiquei encantada depois de ler esse texto!!!!

    Agradecida
    Fernanda Encantada

    ResponderExcluir
  2. grata parte 2!!! delicia de ver, de ler, de sentir, de lembrar, de vontade de chorar e de chorar logo em seguida, saudades dessa magia, desse povo, dessa ginga, desse cha, saudades do lado meu, do lado de casa, imaginando a alegria sentida por meus queridos taaao queridos ai, valeu jaqueta! delicia de texto! acabou comigo!

    ResponderExcluir
  3. puta merda é um lugar desses que eu quero pra mim, posso me mudar pra a macuca? vou-me, vou-me dia 14 nem que chova canivete nesse hellcife

    ResponderExcluir