segunda-feira, 10 de junho de 2013

Almoço da manhã

Não eram nem 9 da manhã e no tradicional restaurante do Brás, já estavam os cinco amigos. O mais novo deles, aparentava ter pelo menos 70 anos de carreira. Confabulavam acerca do cotidiano enquanto devoravam com notório prazer um prato de feijoada, misturando com um pouco de farinha e outro tanto de conversa. Para ajudar na digestão, de sobremesa olhavam a dança da loira bonita que servia a mesa. Tomando meu café preto, não pude deixar de invejar aquele prato, aliás, não só o prato, mas toda a celebração que acontecia entre o roer de ossos, ajeitar de dentaduras, piadas sacanas e olhadelas às moças seminuas que passavam pelas ruas. Tiravam onda de tudo, inclusive do proprietário, que ignorava as piadas e se vingava nos pedidos. Amigos, discutindo nessa ordem: política, futebol, dinheiro e mulheres. Este último assunto, estava sutilmente diluído nos outros. Me vi ali no futuro. Viajei. Saudoso e esperançoso. Adoro feijoada, amigos e conversa fiada. Como dispenso futebol e televisão, falarei sobre literatura. Uma dose mínima, dizem, também faz bem a digestão.


Alexandre Revoredo.

07/06/13.

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