domingo, 30 de junho de 2013

Sobre circos, bobos e côrtes.



Vinte séculos atrás
Numa Roma dominada
Por gente dissimulada
Foi criado um esquema
Pra que o povo não notasse
Nem sequer desconfiasse
Do verdadeiro problema

Pra que enfim continuasse
As falcatruas políticas
Foi criado um estratagema
Pão e circo ao povaréu
Para acalmar os ânimos
Nem atrapalhar os planos
Dos donos desse cartel

Construíram uma arena
Onde jogavam sem pena
Homens, carrascos e feras
Para se degladiar
Nessa luta desalmada
A massa extasiada
Chegava a delirar

Era briga de espada
Morte de morte matada
Contra o homem condenado
O povo manipulado
Batendo palmas, gritando
Enquanto por trás dos panos
Seu tesouro era assaltado

Em cima da gente besta
distraidamente humana
esse esquema nebuloso
foi ficando popular
em países populosos
os governos mafiosos
começaram a imitar

Chegou nos dias de hoje
com a mesma força de outrora
só que a diferença agora
é que o sangue não derrama
a TV de agora encena
colocaram na arena
rede, bola, grana e grama

E no meio onze homens
contra onze do outro lado
invés de um pobre coitado
homens ricos, importantes
muitos deles endeusados
pelo status conquistado
são famosos de instante

Quem ali fizer mais gol
no meio daquela arena
feito astro de cinema
vira até celebridade
e o povo abestalhado
vai engolindo calado
sem ver a calamidade

Que sua pátria se encontra
e que seu governo apronta
roubando de todo lado
nosso dinheiro suado
golpe fino de ladrão
viva a nossa seleção
salve o povo alienado!

Alexandre Revoredo
30-06-2013

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